sábado, 28 de março de 2009

O FOTOGRAFIA COM NEGÓCIO NO BRASIL DURANTE O 2º REINADO

Alberto Henschel e Constantino Barza 1870


Alberto Henschel (Berlim, 13 de Junho de 1827 — Rio de Janeiro, 30 de Junho de 1882) foi um fotógrafo teuto-brasileiro, considerado o mais diligente empresário da fotografia no Brasil do século XIX, com escritórios em Pernambuco, Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo, Henschel foi também responsável pela vinda de outros fotógrafos profissionais ao país, como o seu compatriota Karl Ernest Papf — com quem trabalharia mais tarde — e seu filho, Jorge Henrique Papf, que sucederia ao pai no ramo da fotografia.

Henschel ficou conhecido por produzir belas imagens do Rio de Janeiro como fotógrafo paisagista e por ser um excelente retratista, o que lhe rendeu o título de Photographo da Casa Imperial, habilitando-o a retratar o cotidiano da monarquia brasileira durante o Segundo Reinado, inclusive fotografando o imperador Dom Pedro II e sua família. Esse título valorizaria muito suas fotos, inclusive no preço.

D. Pedro II, por Alberto Henschel em 1975

Mas, certamente, sua principal contribuição à história da fotografia no Brasil foi o registro fotográfico de todos os extratos sociais do Brasil oitocentista: retratos, geralmente no padrão cartão de visita, foram tirados da nobreza, dos ricos comerciantes, da classe média e dos negros, tanto livres como escravos, em um período ainda anterior à lei Áurea.

Henschel desembarcou no Recife em maio de 1866, junto com o também alemão Karl Heinrich Gutzlaff, com quem associou-se para criar um estúdio fotográfico na rua do Imperador, número 38. Inicialmente denominado Alberto Henschel & Cia, o estúdio passou a chamar-se Photographia Allemã, mudando-se em seguida para novo endereço, no largo da Matriz de Santo Antônio, número 2. Pelo fato de ter montado seu negócio logo que chegou ao Brasil, presume-se que Alberto já fosse um experiente fotógrafo e tencionasse engajar-se no promissor negócio da fotografia em um mercado ainda pouco explorado.

Vendedora de frutas na rua por Alberto Henschel em 1970


Escrava negra, por Alberto Henschel em 1970


No fim dos anos 1860, as casas de fotografia em Recife e Salvador já produziam retratos de pessoas de origem africana, escravas e livres, com a diferença de retratá-las à vontade e com dignidade, como indivíduos e não como objetos.

Henschel sempre se manteve atualizado com as últimas novidades técnicas do mercado fotográfico. Quando o padrão estético de fotografia carte-de-visite começou a ganhar o mundo, Henschel já dominava a técnica, a qual utilizou em grande escala em seus estabelecimentos.

Em 1870 Henschel morreu, apenas alguns meses após estabelecer-se em São Paulo. Entretanto, suas empresas, sob o comando de outros empresários, continuariam estrategicamente utilizando seu nome ainda por vários anos, tendo em vista o grande prestígio que a marca "Henschel" adquirira.